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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Não sou preto, branco ou vermelho

Tenho as cores e formas que quiser.

Não sou diabo nem santo, sou exu!

mando e desmando,

traço e risco

faço e desfaço.

estou e não vou

tiro e não dou.

sou exu.

Passo e cruzo

Traço, misturo e arrasto o pé

Sou reboliço e alegria

Rodo, tiro e boto,

Jogo e faço fé.

Sou nuvem, vento e poeira

Quando quero, homem e mulher

Sou das praias, e da maré.

ocupo todos os cantos.

sou menino, avô, maluco até

posso ser joão, Maria ou José

Sou o ponto do cruzamento.

durmo acordado e ronco falando

corro, grito e pulo

faço filho assobiando

sou argamassa

De sonho carne e areia.

sou a gente sem bandeira,

o espeto, meu bastão.

o assento? O vento!..

sou do mundo,nem do campo

nem da cidade,

não tenho idade.

Recebo e respondo pelas pontas,

Pelos chifres da nação

Sou exu.

sou agito, vida, ação

sou os cornos da lua nova

a barriga da rua cheia!...

Quer mais? Não dou,

Não tô mais aqui!

exus

MITOS SOBRE EXU



Muitas coisas são ditas e muitos textos são escritos sobre o trabalho dos Exús na Umbanda. Com isso, muitos mitos foram criados, alguns até absurdos e deturpadores, por pessoas que não entendem o verdadeiro trabalho do Exu, na Umbanda, ou não entendem a verdadeira missão da Umbanda, nesse planeta.
Com esse texto, vamos tentar explicar e quem sabe até, desmistificar esses mitos que confundem a cabeça e o aprendizado daqueles que se propõem bem servir sua religião: A Umbanda.

A Umbanda em sua dinâmica básica, lida com espíritos dos mais variados graus de evolução. As Entidades, Guias e Mentores que se apresentam nos terreiros exercem um trabalho incansável contra as forças trevosas.

Na Umbanda, a origem de Exú está em função da necessidade de existirem Guardiões, encaminhadores e combatentes das forças negativas. Trabalho básico da nossa religião. Por isso é que se diz que, “Sem Exú não se faz nada”. Isso, não porque Exú não deixa, porque é vingador, traidor ou voluntarioso, como querem fazer pensar algumas estórias que se contam por aí. Mas sim, porque não há como combater as forças negativas e trevosas, sem a devida defesa e proteção.
Muitas pessoas perguntam: “Então nossos Guias (Caboclos, Pretos-velhos, etc...) não nos protegem e defendem? Só os Exús fazem isso? E a resposta vem da própria Espiritualidade: -” Logicamente que os Guias lhes defendem e lhes protegem, entretanto, cabe a Exú o primeiro combate, o combate direto contra as energias que circulam no Astral Inferior. Esta é a especialidade de Exú, pois ele conhece profundamente todos os caminhos e trilhas desse ambiente energético. É a sua função primeira”.
Tudo na Umbanda é organizado, coerente e lógico !!

Outro mito, que muito confunde os iniciados na religião, diz respeito à Confiabilidade de Exú.
Muitas pessoas, que vão a um terreiro em busca de ajuda ou socorro para assuntos materiais e até espirituais, são surpreendidos, quando em consulta, lhes é dito que estão sendo vítimas de “trabalho feito”, que esse “trabalho” foi feito por um Exú, e outros vão mais além, dizendo que o Exú “malfeitor” é o Sr. Fulano de Tal (geralmente um Exú famoso, de nome e fama conhecidos). Bom, aí vem a incoerência !!!
Se nós, Dirigentes e Orientadores espirituais falamos que Exú não é traíra, é combatente das forças trevosas, conhecedor e manipulador dos segredos da magia. Como pode, esse mesmo Exú, ser aquele espírito que usa indevidamente seus poderes e conhecimentos para prejudicar pessoas indefesas ? Como pode esse mesmo Exú, não ter nenhuma aspiração evolutiva, ser manipulado pela vontade das pessoas que desejam prejudicar seus semelhantes, a bel prazer ? Como pode esse mesmo Exú, usar seus conhecimentos e poderes contra si próprio, já que, com certeza, arcará com as conseqüências dos seus atos? Como pode, esse mesmo Exú, tido como o Mensageiro dos Orixás, Guardião dos segredos e dos caminhos da Espiritualidade, trair a confiança dos Espíritos de Luz e anular toda a caridade praticada pelos seres da Espiritualidade positiva?
A resposta é uma só e unânime: - “O tal ” trabalho feito” não foi realizado por um Exú e sim por um obsessor, agente das forças negativas e trevosas que se fez passar pelo “Sr. Fulano de Tal”. Aliás, obsessor pode se fazer passar por tudo, inclusive por um Mensageiro de Orixá, Caboclo, Preto-velho, etc... Cabe ao Dirigente Espiritual, ou aos médiuns mais preparados e evoluídos, desvendarem essa farsa, até porque não existe farsa perfeita, sempre haverá um detalhe, ou um momento, em que “a casa caí” e a farsa é descoberta.
Mas então, porque muitos obsessores se fazem passar por Exús de Lei ? Porque em alguns casos, ou em algumas Casas, a farsa não é descoberta, e os nossos amigos e protetores, Exús de Lei, acabam sendo acusados ou confundidos, como malfeitores, desonestos, traíras, etc...?
Na maioria dos casos, isso acontece por causa de médiuns invigilantes. Médiuns despreparados e pouco compromissados com o Astral Superior. Médiuns orientados e “treinados” por Dirigentes também, despreparados e pouco compromissados. Muitos médiuns e Dirigentes, procuram e buscam nos Terreiros uma forma de satisfazer as suas baixas aspirações, como válvulas de escape para fazerem “incorporados”, o que não tem coragem de fazer de “cara limpa”. Médiuns de moral duvidosa, que se aproveitam da condição de “incorporados” para gritar, falar palavrões, beber e fumar exageradamente, dançar de forma grotesca para uma Casa religiosa e praticar atos pouco aceitáveis em situações “normais”. Esses médiuns imputam aos Exús, os seus desvarios e desvios de comportamento, complementando ainda que não se lembram de nada, que a responsabilidade é do Exú, e não dele (médium).
Na realidade, esses médiuns estão sofrendo a ação da incorporação de kiumbas (espíritos trevosos, moralmente atrofiados, que não tem a mínima aspiração evolutiva e buscam apenas, tumultuar o ambiente).
Nunca um Exú ou Pomba-Gira de Lei, irá se prestar a um papel desses!

Outro ponto de muita confusão: A incorporação de Exú

Afinal, com que Exú trabalhamos ? Se todo Exu é Guardião dos segredos e dos caminhos, quando incorporado no seu médium, realizando algum trabalho, como fica a sua missão de Guardião ? Ele não está “guardando” nada ?

Normalmente, os Exús com os quais trabalhamos, são os chamados “Exús de Trabalho”, de defesa pessoal do médium. Esses Exús de Trabalho” são também, integrantes participativos da “Equipe de Defesa da Casa”, que o médium freqüenta. São colaboradores e participam ativamente junto ao Exú Guardião da Casa, no combate às forças inferiores e invasoras. Mas, o Exú de Trabalho também tem outro compromisso, que é proteger, defender e direcionar positivamente o seu médium, segundo a Doutrina da Casa, da qual faz parte.
Por isso, respeitam a Casa, suas normas e doutrina e não induzem o médium a embriagues, algazarras e demais comportamentos chulos, torpes e deselegantes.

Exús de verdade, são espíritos em busca de evolução, que embora tidos como “Espíritos sem Luz”, possuem certo de grau de positividade, de compreensão do que é certo ou errado, perante a Espiritualidade e de acordo com Leis Superiores. São espíritos altamente compromissados com os Orixás Superiores, com os Guias e Protetores do próprio médium e com toda Egregóra de Luz da Casa, na qual o médium está inserido. Trabalham diretamente com esta Egregóra, auxiliando no combate e encaminhamento dos espíritos que são atraídos pela corrente de desobsessão do Terreiro que fazem parte.
No entanto, cabe aqui salientar que o estágio evolutivo de um Exú de Trabalho está abaixo do estágio evolutivo de um Caboclo ou de um Preto-velho. Isso não significa que não sejam evoluídos, apenas encontram-se num estágio abaixo. Sua energia é mais densa. Conseqüentemente, a sua vibração ou energia de incorporação está mais próxima (ou é mais parecida) á vibração da Terra, exigindo do médium uma “doação” maior de energia mental e física, diferente da incorporação de um Caboclo ou Preto-velho, ou até mesmo outro mensageiro enviado de Orixá. Ou seja, quando um médium vai incorporar um Exú, ele tem que se concentrar muito para sintonizar sua vibração a vibração do Exú, sendo que o Exú faz a mesma coisa, sintoniza sua vibração à do médium.
Outro aspecto importante é que, embora Exú esteja num estágio evolutivo abaixo dos Espíritos de Luz, nada impede que Exú trabalhe harmoniosamente com os Guias mais evoluídos e até mesmos com os Mensageiros dos Orixás, até porque além de trabalharem sob as ordens desses Mensageiros e dos Orixás Maiores, a questão “hierarquia” é muito bem resolvida no Astral. Lá não existem “disputas” pelo poder ou por cargos; não se questiona quem manda e quem obedece. Todos são e estão conscientes os seus papéis e do trabalho que precisa ser realizado. Todos sabem que devem trabalhar com o mesmo objetivo: A Caridade !

Quando incorporados em seus médiuns, Exús e Pombas Giras podem se apresentar de duas maneiras básicas: alegres ou sérios. O que não significa, que mesmo quando são alegres, são também debochados, desrespeitosos, com comportamentos inadequados a uma Casa religiosa.
Geralmente, quando um Exú ou Pomba Gira se comporta de forma inadequada, ele está na verdade, sendo influenciado pelo comportamento desajustado do seu médium, que disfarça ou se controla, quando não está “incorporado”. Esse médium invigilante e portador de comportamento e moral duvidosos, ao receber a energia de incorporação de um Exú ou Pomba Gira (que começa a se dar através da aproximação do mesmo), por ser uma energia muito parecida a nossa e por estar mais próxima da crosta terrestre, onde o combate com o Astral inferior se dá, passa a dar vazão aos seus sentimentos menores influenciando e interferindo diretamente na incorporação do Exú ou Pomba-Gira, que assiste a tudo sem poder fazer nada (aqui, também cabe o livre arbítrio). Esse médium transfere para o Exú ou Pomba Gira sentimentos e comportamentos que, na verdade, são seus.
Isso não é mistificação (fingimento), porque existe a energia do Exú ao lado ou perto do médium. A mistificação envolve o fingimento puro e simples, sem envolvimento de energia ou proximidade de Entidade alguma. Mas existe, o que se chama de Animismo, a transferência voluntária de desejos e comportamentos do médium para o seu Guia.
A incorporação de Exú e Pomba Gira envolve a manipulação energética de chackras inferiores, e o que acontece no caso do Animismo, é que o médium deliberadamente, utiliza mal essa energia. Isso envolve também, intenção, moral, má fé e mau aproveitamento da energia de Exú.
Com a continuidade da insistência do médium em se utilizar dessa energia para a manifestação de seus desejos e comportamentos menores, em pouco tempo ocorre a “queda do médium”. O Exú de Trabalho se afasta do médium e fica o que ? - Fica o kiumba, que assume o nome do Exú de Trabalho e contribui para o aumento dos desvarios do médium.
Muitas vezes, o médium não percebe que está acontecendo essa “transferência”, porque ele usa a energia do kiumba (aliás, um usa o outro) para falar e fazer coisas que normalmente, não tem coragem de fazer no seu estado normal.
Cabe ao Doutrinador e Orientador da Casa (Dirigente) coibir veementemente esses comportamentos logo no início, ou seja, no médium e assim que começam a acontecer. Nesse caso, a orientação e a desestímulo de atitudes e comportamentos desse tipo é o melhor remédio. Mas, caso haja persistência, a adoção de medidas drásticas deve ser a melhor atitude que o Dirigente da Casa deve assumir.

CAPACIDADE DE MANIPULAÇÃO ENERGÉTICA DE EXÚ

Já foi comentado anteriormente, que Exú possui uma grande capacidade de manipular energias, transfigurando-se em formas diferenciadas de acordo com o ambiente que está.
Um bom exemplo disso é Exú se apresentando aos obsessores que irá combater em forma que desperte medo e/ou respeito. Ele não poderia se apresentar aos seus inimigos como se fosse um jovem ingênuo ou indefeso adolescente, dessa forma, ele jamais intimidaria ninguém. Então, ele assume formas rudes e assustadoras. Entretanto, ele faz isso por estratégia e não por ser deformado, e muito menos tem chifres, rabo, etc..., como é retratado em diversas imagens que encontramos em casas de artigos religiosos. A forma original de Exú é humana, nada tem de partes de animais ou monstros, porque os espíritos que compõe a Falange dos Exús são espíritos como nós, de épocas recentes. Foram homens e mulheres normais, das mais variadas ocupações e profissões.

Então, porque Exú manipula energias para assumir outras configurações “físicas” ? E como faz isso?

Em função do trabalho que irá executar ou da “batalha” que irá travar, Exú estuda o ambiente que irá entrar e em seguida, vibrando numa faixa bem acima do meio que irá adentrar, estuda seus “adversários” , suas intenções, seus planos, seus graus de compreensão e entendimento, seus medos, etc.... Estabelece uma estratégia e assume a configuração que irá atingir o ponto fraco da maioria do grupo que irá combater, ou de alguém em especial. Lembrando que, Exú não trabalha sozinho, isso é feito em agrupamentos sob a supervisão de um Mensageiro de Orixá. Dessa forma, Exú nos mostra sua capacidade de vibrar em diferentes faixas de energia. E para que isso aconteça, não é necessário sacrifício de animais, despachos em encruzilhadas e/ou cemitérios, porque quem “recebe” esse tipo de despacho é o kiumba. Isso dentro do ritual da Umbanda, que difere muito do Candomblé.
Com relação às “entregas” de Exú e Pomba Gira que, eventualmente fazemos a pedido deles ou por nossa própria vontade, vale dizer que os matérias usados nessas “entregas” são como uma espécie de presente ou de fortificante, já que nossos amigos da Esquerda se utilizam à energia etérea, contida nos elementos de uma “entrega” (farofa, bebidas, cigarros, etc...) para se recompor da batalha travada ou para se fortalecer, se preparando para aquilo que irão enfrentar. Muitos elementos são também representativos a uma “gratificação pelos serviços prestados” e por isso, são chamados de muitos de “mimos”.

Depois de todas essas explicações e tantas outras que, provavelmente já recebeu, você continua achando que Exú é o Diabo ?
È mais importante e necessário temê-lo e tratá-lo como inimigo ? Ou respeitá-lo, conhecê-lo e tratá-lo como um grande amigo ?
Se ainda lhe resta alguma dúvida, então cabe aqui mais essa afirmação: “A Umbanda nasceu do coração de Zambi (Olorum/Deus) em Sua Infinita Misericórdia por nós! Porque só a Umbanda tem quem nos defenda e proteja, independentemente da nossa ignorância em reconhecê-los como bons e amigos!”.
Ao invés de temê-los e distorcer suas verdadeiras intenções e missões para conosco, deveríamos agradecê-los pela proteção, defesa, amizade, carinho e principalmente pela paciência com a nossa ignorância!

Laroyê, Exu ! Mojubá, Pomba-Gira !

Salve nossos amigos, defensores e protetores !

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Os anjos e o mundo espiritual

Aprendemos a lutar, estamos fortalecidos pela luta. As pessoas agora voltam a falar do mundo espiritual, o que há poucos anos parecia coisa de gente ignorante, acomodada, e existe um fio invisível unindo os que estão do lado da luz. E este fio forma um cordão forte, brilhante, seguro pelos anjos, um corrimão que os mais sensíveis percebem e em que podemos nos apoiar. Porque somos muitos, e espalhados pelo mundo inteiro. Movidos pela mesma fé.
Veremos os dois exércitos – de um lado, aqueles que ainda acreditam na raça humana, que acreditam nos poderes ocultos do homem, e sabem que nosso próximo passo está no crescimento dos dons individuais. Do outro lado estarão os que negam o futuro, os que acham que a vida termina na matéria e – infelizmente – aqueles que, embora tenham fé, acreditam que descobriram o caminho da iluminação e querem obrigar os outros a seguir por ali.
Por isso os anjos estão de volta, e precisam ser ouvidos, porque só eles podem nos mostrar o caminho – e ninguém mais. Podemos dividir nossas experiências.  Deus colocou generosamente Sua sabedoria e Seu amor ao nosso alcance, e é fácil, muito fácil encontrá-los. Como os combates serão travados – em sua maioria – no plano astral, serão nossos anjos da guarda que empunharão a espada e o escudo, nos protegendo dos perigos e nos guiando para a vitória. Mas nossa responsabilidade também é imensa: cabe a nós, neste momento da História, desenvolver os próprios poderes, acreditar que o Universo não acaba nas paredes do nosso quarto, aceitar os sinais, seguir os sonhos e o coração.
Somos responsáveis por tudo que acontece neste mundo. Somos os Guerreiros da Luz. Com a força de nosso amor, de nossa vontade, podemos mudar o nosso destino, e o destino de muita gente.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

IANSÃ.

IANSÃ.



IANSÃ
Introdução:
Iansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oiá. É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara. Iansã costuma ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque Iansã é uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, e o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, conseqüentemente, da tempestade.

Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, e ao mesmo tempo feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma desmedida com que exterioriza sua cólera.
Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos iorubás, é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Níger, ou Oiá, pelos africanos, isso, porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água.
Yansan, Iansã ou Inhansã outro nome pela qual é conhecida e cultuada principalmente por sua ligação com a morte, pois compete somente a Inhansã o poder de conduzir os eguns (espíritos dos mortos), para longe ou perto dos seres vivos. Iansã é associada a sensualidade. Orixá dos ventos e das tempestades, foi esposa de Ogum, o qual deixou por amor a Xangô; dos Orixás femininos é a mais guerreira e imponente.
Em sua dança faz menção aos movimentos rápidos e repentinos dos ventos, usando um irukerê(cetro pequeno feito de cauda deboi ou cavalo) para espantar maus espíritos.

Lendas de Inhansã. Estavam todos os orixás, divindades do panteão Yoruba, reunidos em uma grande festa até que chegou Omulú. Durante todo o tempo, Omolú ficou num canto sem dançar.
Inhansã, inquieta com tal situação, aproximou-se do senhor, que usava uma roupa de palha cobrindo o rosto (e que deixava Inhansã mais intrigada ainda) e o convidou para dançar. Inhansã dançou tão rápido que vento proporcionado por seus giros levantou a roupa de Omolú que, para surpresa de todos, era um homem de extrema beleza.
O reconhecimento e admiração de todos por Omolú o deixou muito feliz, pois anteriormente era muito desprezado. Por gratidão a Inhansã, Omolú ofertou-lhe parte de seu poder, dando a Iansã a capacidade de conduzir os eguns dançando com seu irukerê. E Inhansã tornou-se assim mais poderosa e adorada.

ATRIBUIÇÕES
Iansã simboliza o aspecto guerreiro e protetor da Mãe Divina. É o arquétipo da mulher determinada, que vai a luta e não espera as coisasacontecerem.
Como vibração divina, Iansã é o próprio axé que movimenta toda Criação. É também força direcionadora dentro da vida dos seres humanos. Senhora da Lei, és aplicadora e desencadeadora dos processos cármicos ligados a justiça divina. Mas é também, amparadora e guardiã dos trabalhos dármicos (missão) desempenhados por diversas consciências encarnadas aqui na Terra.
 
ARQUÉTIPO DOS FILHOS IANSÃ

São pessoas audaciosas, poderosas e autoritárias, pessoas que podem ser fiéis, de uma lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar pelas manifestações da mais extrema cólera. Pessoas, enfim, cujo temperamento sensual e volutuoso podem levá-las a aventuras amorosas extra conjugais, multiplas e freqüentes, sem reservas de decência, mas que não as impede de continuarem muito ciumentas com seus parceiros por elas mesmas enganados.

SIMBOLOGIA DE IANSÃ

DIA DA SEMANA: Quarta-feira
DATA COMEMORATIVA: 4 De Dezembro
METAIS: Cobre, Bronze e Estanho
CORES: Vermelho Marrom e Coral
COMIDAS: Acarajé e abará
SÍMBOLOS: Rabo de cavalo e espada
ELEMENTOS: Fogo
REGIÃO DA ÁFRICA: Nigéria
PEDRA: Rubi Meteoritos
DOMÍNIOS: Ventos e raios
SAUDAÇÃO: EPA-HEI OYÁ QUER DIZER: OLÁ, JOVIAL E ALEGRE OYÁ

ERVAS DE IANSÃ

Alface: É empregada nas obrigações de Egun, e em sacudimentos. O povo a indica para os casos de insônia, usando as folhas ou o pendão floral. Além de chamar o sono, pacifica os nervos.
Altéia – Malvarisco: Muito empregada nos banhos de descarrego e na purificação das pedras dos orixás Nanã, Oxum, Oxumarê, Yansã Yemanjá. Muito prestigiada nos bochechos e gargarejos, nas inflamações da boca e garganta.

Angico-da-folha-miúda – Cambuí
: Só possui aplicação na medicina caseira a casca ou os frutos em infusão no vinho do porto ou otin (cachaça), age como estimulador do apetite. Os frutos em infusão, também fornecem um licor saboroso, do mesmo modo combate a dispepsia.
Bambu: É um poderoso defumador contra Kiumbas. O banho também é excelente contra perseguidores. Na medicina popular é benéfico contra as doenças ou perturbações nervosas, nas disenterias, diarréias e males do estômago.
Cambuí amarelo: Só é utilizado em banhos de descarrego. A medicina caseira indica como indica como adstringente, e usa o chá nas diarréias ou disenterias.
Catinga-de-mulata – Cordão-de-Frade – Cordão-de-São-Francisco: Seu uso ritualístico se restringe aos banhos de limpeza e descarrego dos filhos de Oyá. O povo a indica para curar asma, histerismo e como pacificadora dos nervos
Cordão-de-Frade verdadeiro: Essa planta é aplicada em banhos tonificantes da aura e limpezas em geral. O povo afirma que hastes e folhas, em cozimento ou chá, combate a asma, melhora o funcionamento dos rins e beneficia no caso de reumatismo.
Cravo-da Índia – Cravo-de- Doce: Entra em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô. Participa dos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. O povo indica suas folhas e cascas em banhos de assento para debelar a fadiga das pernas. Ótimo nos banhos aromáticos.

Dormideira sensitiva
: Não conhecemos seu uso ritualístico. A medicina caseira indica esta planta como emoliente, mais especificamente para bochechos e gargarejos, nas inflamações de boca. Indicada como hipnótico, pondo fim a insônia. É utilizado o cozimento de toda a planta.
Espirradeira – Flor-de-São-José: Participa de todas as obrigações nos cultos afro-brasileiros. Esta planta é utilizada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos abô de ori. Pertence aos orixás Xangô e Yansã, porém há, ainda, um outro tipo branco que pertence a Oxalá. O povo indica o suco das folhas desta contra a sarna e pôr fim aos piolhos. Em uso externo.

Eucalipto-limão
: de grande aplicação nas obrigações de cabeça e nos banhos de descarrego ou limpeza dos filhos de orixá. A medicina caseira indica-o nas febres e para suavizar dores. usado em banhos de assento, é também emoliente.
Flamboiant: Não é utilizado em obrigações de cabeça, sendo usado somente em algumas casas de banhos de purificação dos filhos dos orixás. Porém suas flores tem vasto uso, como ornamento, enfeite de obrigação ou de mesas em que estejam arriadas as obrigações. Sem uso na medicina popular.
Gengibre-zingiber: São aplicados os rizomas, a raiz, que se adiciona ao aluá e a outras bebidas. O povo costuma dizer que é também ingrediente no amalá de Xangô. A medicina caseira a usa nos casos de hemorragia de senhoras e contra as perturbações do estômago, em chá.

Gitó-carrapeta – bilreiro
: É de hábito ritualístico empregá-la em banhos de limpeza e purificação dos filhos do orixá a que se destina. O povo indica na cura de moléstia dos olhos. Não aconselhamos o uso interno.

Hortelã-da-horta – Hortelã-verde
: Muito usada na culinária sagrada. Entra nas obrigações de cabeça alusivas a qualquer orixá. Participa do abô dos filhos-de-santo. A medicina caseira o aponta como eficiente debelador de tosses rebeldes; de bons efeitos nas bronquites é muito útil no tratamento da asma.
Inhame: Seu único emprego ritualístico é o uso das folhas grandes como toalha nas obrigações de Exu. O inhame é tido como depurativo do sangue na medicina caseira.
Jenipapo: As folhas servem para banhos de descarrego e limpeza. A medicina caseira aplica o cozimento das cascas no tratamento das úlceras, o caldo dos frutos é combatente de hidropsia.
Lírio do Brejo: São usados folhas e flores nas obrigações de ori, nos abô e nos banhos de limpeza ou descarrego. O povo emprega o chá das raízes, rizomas, como estomacal e expectorante.
Louro – Loureiro: Planta que simboliza a vitória, por isso pertence a Oyá. Não tem aplicação nas obrigações de cabeça, mas é usada nas defumações caseiras para atrair recursos financeiros. Suas folhas também são utilizadas para ornamentar a orla das travessas em que se coloca o acarajé para arriar em oferenda a Iansã.

Mãe-boa
: Seu uso se restringe somente aos banhos de limpeza. Muito usada pelo povo contra o reumatismo, em chá ou banho.
Manjericão-roxo: Empregado nas obrigações de ori dos filhos pertencentes ao orixá do trovão. Colhido e seco, previne contra raios e coriscos em dias de tempestades, usando o defumador. Não possui uso na medicina popular.
Maravilha bonina: Utilizada nas obrigações de ori relativas a Oyá ebori, lavagem de contas e feitura de santo. Não entra nos abô a serem tomados por via oral. O povo a indica para eliminar leucorréia (corrimentos), hidropsia, males do fígado, afecções hepáticas e cólicas abdominais

domingo, 5 de setembro de 2010

Preconceito Religioso

A estrutura de um sistema religioso comporta, via de regra, dois aspectos fundamentais: a sabedoria essencial que ele contém e o método através do qual essa sabedoria é comunicada e praticada." A liberdade religiosa (liberdade de crença e de culto) é, de fato, garantida na Constituição (Art. 5º, Inc. VI). O que a Constituição garante é o direito de cada um ter e seguir a religião (crença e culto) que quiser – e até de não ter ou seguir religião alguma. A Constituição e as leis do país proíbem "a prática" de algumas formas de preconceito – o racial, por exemplo, (Vide a Constituição, Art. 5º, Inc. XLII: "a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível").

O Art. 208 do Código Penal afirma ser crime "contra o sentimento religioso", "escarnecer de alguém, publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso". Damásio Evangelista de Jesus (Direito Penal, vol. 3º/65, 7ª ed., Saraiva, 1991), diz que para caracterizar-se preconceito religioso, "É preciso . . . que tais objetos já estejam consagrados, ou seja, já tenham sido reconhecidos como sagrados pela religião ou já tenham sido utilizados nos atos religiosos". Isso significa – continua o jurista – que (por exemplo) "os paramentos ainda não usados e expostos numa loja, não se constituem em objeto material do crime".

Respeito a Diversidade

Respeito a Diversidade

É muito difícil começar a falar sobre diversidade, porque parece um tema tão óbvio se levarmos em conta toda a mistura de etnias, gêneros e credos que dá forma a sociedade em que vivemos. Sociedade esta que é resultado de muitos anos de comunhão entre sujeitos das mais distintas procedências. Somos fruto da própria diversidade que reina sobre os humanos desde a criação do Homem.
Mas o que essa diversidade tem a ver com você?
Tudo. Pois, você também é a fusão de muitas culturas. Traz em si a pluralidade de crenças, de desejos e de escolhas. Cada um de nós é um sujeito multicultural. E liberdade é fundamental para que continue existindo essa riqueza de diversidade que figura com frequência em estudos científicos, em grupos de discussões e evidencia um conhecimento complexo e simples, ao mesmo tempo, de maneira sadia e respeitosa. E esta compreensão merece ser expressa também nos fóruns religiosos que nosso país abriga. Ou em outras palavras: A diversidade deve ser respeitada, acima de tudo.
O gênero humano se faz belo por sua capacidade de adaptação e de comungar diferentes espaços. Mas, para que nossa história continue, é preciso que cada um se reconheça como sujeito multicultural, com um papel na diversidade e pela diversidade. E, em síntese, respeito é tudo que queremos.
O respeito pela liberdade religiosa é um direito, sagrado e universal, mas, se não nos articularmos agora na busca do respeito à nossa religião, amanhã pode ser tarde demais. Podemos perder o direito a professar nossa fé, se nada for feito. E acabar como em tantos lugares onde trocaram o debate pacífico e organizado pelo embate armado nas ruas. Não queremos e não aceitaremos que chegue a este ponto. Por esta razão, defendemos a legitimidade de nossa representação.
Chega de tolerância, exigimos respeito. Respeito à nossa fé, a nossa religião. Enfim, respeito à diversidade.

Querem acabar com os nossos terreiros!!!!

Querem acabar com os nossos terreiros!!!!

E você vai deixar?

Se continuar parado, vai.

Mova-se contra a intolerância religiosa que promove leis para coibir a sua fé, para marginalizar a sua crença, para fechar o seu terreiro.
Você pode não ter dado atenção a estes atos governamentais e civis, pois eles estão mascarados de direitos humanos, direitos dos animais, sociedade igualitária e outros posicionamentos. Mas eles existem e já reduzem a atuação de muitos religiosos. Não esqueça: O Estado é laico, mas nem sempre quem faz as leis é.

Não permita! Não se omita!

A nossa religiosidade precisa, urgente, de representatividade.

liberdade aos ritos afro-umbandistas

A união das gerações garante a defesa da nossa religião

- A hora é agora -
Existem assuntos que merecem ser “revisitados”, a partir dos olhares de quem têm a história acumulada, não só pela experiência, mas por compreensão da necessidade de socialização, ou seja, a divisão de responsabilidades, inclusive naquilo em que pensamos e fazemos. E esta partilha se dá entre os “mais velhos - X e os mais jovens- Y”.
A nossa espiritualidade, religiosidade, crença, fé, sem dúvida alguma, é uma delas. Isto é, a nossa escolha religiosa é foco desta comunhão, no sentido de compartilhar, entre a geração X [nós, pais] e a geração Y [eles, nossos filhos]. Reivindicamos este debate até porque muitos irmãos de religião estão sentindo a falta que faz a união entre fé e ritualística para continuar promovendo a força e a esperança de um mundo melhor. Mas voltemos a nossa geração jovem, pois ela é o futuro. E este nos interessa também.
A nova geração, conforme estudos da área da psicologia, chamada de geração Y[i], é inquieta, impaciente, onde o fator tempo é o aqui e o agora. Ela gira em torno do seu eu — é egocêntrica, tem preocupações ambientalistas, se adapta facilmente às novas tecnologias. Estes jovens questionam as autoridades e apostam em suas convicções.
Essa geração inspira confiança quando falamos de liberdade. Eles expressam o que sentem e o que desejam. Querem uma vida melhor. São autênticos e buscam uma ética social. A provocação é a seguinte:
O que isso tem a ver com as religiões? Muito ou tudo.
Como adiantamos, sabemos que o mundo religioso está sendo questionado em seus rituais e simbologias. E agora precisamos estabelecer um diálogo com inúmeras frentes e, em especial, com aqueles que são a expressão da atualidade e possuem uma identidade que se manifesta e não se esconde, no caso a geração jovem - o Y.
A geração Y procura equilibrar sentimentos, família, amores, natureza e conscientização. Eles são, na maioria, harmonizadores de vidas íntimas. Casam tarde, porque acreditam no amor igualitário e sentimental, e não no amor formal. Creem nas religiões que preconizam o bem-estar, a elevação espiritual seguida de ritos de iniciação.
Como vimos, o jovem tem pressa, e este momento é dele também. Pois ele sofre, igualmente, a rebeldia de suas próprias convicções. Entendemos, contudo, que toda rebeldia possibilita brechas, inclusive, erros nascidos da impulsividade. Mas, não perdemos de vista, que, por meio, da impulsividade muitas vezes as mudanças acontecem.
Nesta perspectiva, considerando ainda a questão religiosa, a geração Y busca a paz interior, as saudáveis relações interpessoais e intrapessoais, o crescimento espiritual, como já foi colocado. Estes patamares aproximam ainda mais esta geração e as religiões, em especial, a afro, que une uma comunidade em prol do bem social e dos resgates de valores da ancestralidade e da percepção do oculto.
O oculto desperta a curiosidade destes jovens. E neste sentido, portanto, o ancestral deve ter respostas, que nem sempre são fáceis de responder a essa geração apressada. Acreditamos muito na geração Y, que, além de viver, em tempo real e virtual, a globalização e a comunicação, demonstra a capacidade de criticar, formar conceitos e lutar por suas concepções. Acreditamos na geração Y, como motivadora dos direitos de liberdade e igualdade. Acreditamos na geração Y, por sua rapidez e porque são pró-ativos em questionamentos firmes, sem importar com a hierarquia.
A união e manutenção dos ritos religiosos são urgentes e necessários. A inclusão ou consideração dos tempos atuais e destes jovens – Y – também devem ser contempladas, até porque, eles são o futuro de nossa religião, lutadores pelos seus direitos e de suas famílias, de suas vidas, de suas práticas e daquilo que defendem como ético e, especialmente, pela garantia de liberdade de expressão.
Convite duplo. De igual modo, muitos de nossos leitores são os pais da geração Y e precisam compreender este quadro e acompanhar o pensamento desta moçada. São estes mesmos pais que amam a sua religiosidade, que confiam em seus deuses, no valor de sua crença e serão os verdadeiros multiplicadores desta consciência. Uma vez que podem abordar, discutir, explicitar e oportunizar aos nossos jovens participar desta proposta que considera um outro aspecto da construção de cidadania, hoje ameaçada por leis imorais e antiéticas. Elas, reafirmamos, foram criadas por alguns representantes de um determinado segmento político, em nosso Estado.
Defendemos que, desta maneira, essas gerações juntas, além de trocarem oportunidades de conhecimento, possam lutar com responsabilidade na defesa de nosso direito religioso. Não com tolerância, mas com respeito. No incentivo igual de melhores condições de práticas religiosas e, inclusive, para manter nossa identidade. A identidade e a cara do Rio Grande e do Brasil.
Insistimos. A hora é agora.

liberdade religiosa

Você está cuidando bem da sua fé?

Aí fora, dizem que a sua religião não vale nada e fazem de tudo para coibir sua atividade. Se acreditar, no entanto, que não sentiu algum efeito disso, conte quantas vezes você buscou saídas para atos corriqueiros, por situações adversas. Ou ainda ouviu falar de alguém que está sendo impedido de fazer o seu rito, do jeito que aprendeu e também ensinou.
Se, mesmo assim, você não dá conta deste contexto, tente lembrar leis que, talvez, não tenha dado muita importância, mas que delimitaram a sua atuação religiosa. E você nem percebeu. Elas são sutis, mas agressivas.
Pois é, aqui tá o “x” da questão. Por causa desta legislação, você deve agir de maneira diferente. Saiba — atrás dela se esconde uma intenção duvidosa.
Agora, imagine os momentos em que você teve vergonha ou até medo de dizer ou admitir a sua religião. Em que temeu ser excluído por não fazer parte de certa maioria. Nas ocasiões em que você deixou de usar suas roupas típicas religiosas, por ser vítima de preconceito.
Você nunca passou por nada disso? Não se engane.
Reflita, igualmente, em quantas oportunidades você desprezou ou julgou alguém por participar de uma crença que não a sua.
Então, de fato, isso tudo faz parte da intolerância religiosa. Mascarada de direitos humanos, direitos dos animais, sociedade igualitária e outros posicionamentos.Não esqueça: O Estado é laico, mas nem sempre quem faz as leis é.
Logo, mova-se. A liberdade precisa de representatividade.
Não aceite a tolerância, pois ela é a vizinha da guerra. Tá logo ali. Exija respeito, tanto da escolha da religião, quanto da não escolha. Acima de tudo, respeite.
Cuide direito da sua religião, preserve a fé.

liberdade religiosa

Você está cuidando bem da sua fé?

Aí fora, dizem que a sua religião não vale nada e fazem de tudo para coibir sua atividade. Se acreditar, no entanto, que não sentiu algum efeito disso, conte quantas vezes você buscou saídas para atos corriqueiros, por situações adversas. Ou ainda ouviu falar de alguém que está sendo impedido de fazer o seu rito, do jeito que aprendeu e também ensinou.
Se, mesmo assim, você não dá conta deste contexto, tente lembrar leis que, talvez, não tenha dado muita importância, mas que delimitaram a sua atuação religiosa. E você nem percebeu. Elas são sutis, mas agressivas.
Pois é, aqui tá o “x” da questão. Por causa desta legislação, você deve agir de maneira diferente. Saiba — atrás dela se esconde uma intenção duvidosa.
Agora, imagine os momentos em que você teve vergonha ou até medo de dizer ou admitir a sua religião. Em que temeu ser excluído por não fazer parte de certa maioria. Nas ocasiões em que você deixou de usar suas roupas típicas religiosas, por ser vítima de preconceito.
Você nunca passou por nada disso? Não se engane.
Reflita, igualmente, em quantas oportunidades você desprezou ou julgou alguém por participar de uma crença que não a sua.
Então, de fato, isso tudo faz parte da intolerância religiosa. Mascarada de direitos humanos, direitos dos animais, sociedade igualitária e outros posicionamentos.Não esqueça: O Estado é laico, mas nem sempre quem faz as leis é.
Logo, mova-se. A liberdade precisa de representatividade.
Não aceite a tolerância, pois ela é a vizinha da guerra. Tá logo ali. Exija respeito, tanto da escolha da religião, quanto da não escolha. Acima de tudo, respeite.
Cuide direito da sua religião, preserve a fé.
Este é o movimento dos “basta!”, “chega!” e “não!”.
Basta de falsa paz, de falsa aceitação. Basta de hipocrisia e de medo.
Chega de falsidade, de olhares tortos. Chega de querer que todos tenham as mesmas escolhas e os mesmos caminhos.
Não à convivência forçada, não ao moralismo pobre. Não ao individualismo e ao preconceito.
Aqui estão os que rejeitam a tolerância, pois ela é o limite da coexistência. É o fósforo próximo à pólvora. O punho cerrado frente às diferenças.
Por isso, não queremos ser tolerados.
Exigimos RESPEITO.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

oxossi

Oxossi

(Òsóòsi) é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza. Actualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. Isso deve-se ao facto de a cidade de Kêtu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a Oxossi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse facto possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé.
Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.

Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido.

A colecta e a caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Oxóssi, orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência. Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza.

Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Oxóssi é o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição.

Em África, os caçadores que geralmente são os únicos na aldeia que possuem as armas, têm a função de salvar a tribo, são chamados de Oxô, que significa guardião. Oxóssi também foi um Òsó, mas foi um guardião especial, pois salvou seu povo do terrível pássaro das Iyá-Mi.

Outras histórias relacionadas com Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis.

Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim (Òsanyìn), com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro e senhor de todas as folhas, mas teve que se sujeitar aos encantamentos de Ossaim.

A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou orixá.

Tal como Xangô, Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.

Características : Geralmente, a filha desse santo chama a atenção dos homens pelo corpo bonito, com seios, pernas, coxas e quadris fartos. Mas por trás dessa aparência feminina esconde-se uma verdadeira guerreira, disposta a tudo para agarrar o homem de sua vida. É aquela que sustenta qualquer problema de seu companheiro,que está sempre a seu lado e não o deixa cair. Apesar de ter atitudes firmes, que indicam grande auto-suficiência, ela vive à procura de sua outra metade e entrega-se totalmente quando ama. Por isso, exige do homem a mesma coisa e sofre demais por ciúme. Para ela, o companheiro ideal deve ser forte, inteligente e dominador nos assuntos sexuais. Em troca, ela “esquentará” o mais frio dos mortais.
O filho de Oxóssi tem muito medo de ser rejeitado pela pessoa na qual está interessado e então espreita bem o seu alvo antes de atirar sua flecha. Não é difícil identificá-lo. Tem aparência tímida e, num grupo, é sempre aquele que ouve muito antes de expressar suas opiniões. Age assim também nos assuntos do coração. Cuidadoso, vai demorar a se declarar, mas, quando o fizer, a mulher se surpreenderá porque encontrará nele um homem expansivo, disposto a cercá-la com tudo o que estiver ao alcance de suas posse.

Sicretismo: São Sebastião
Dia da Semana: Quinta-feira
Cores: Verde, azul e escarlate; azul-turqueza e azul com dourado.

Domínios: Matas, fotosíntese, caça, alimento e sustento.

Saudações: Ode, òkè àró
Símbolos: Suas insígnias são o OFÁ (arco e a flecha de metal, conjugados), e o IRUKERÉ (espanta-mosca – símbolo dos Reis na África e afugentador e dominador de Égúns); e os Oge – Chifres de touro – chamados Olugboohun (o Senhor escuta minha voz), que é um poderoso meio de comunicação entre o Aiyé e Orún.

oxossi

Oxossi

(Òsóòsi) é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza. Actualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. Isso deve-se ao facto de a cidade de Kêtu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a Oxossi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse facto possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé.
Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.

Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido.

A colecta e a caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Oxóssi, orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência. Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza.

Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Oxóssi é o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição.

Em África, os caçadores que geralmente são os únicos na aldeia que possuem as armas, têm a função de salvar a tribo, são chamados de Oxô, que significa guardião. Oxóssi também foi um Òsó, mas foi um guardião especial, pois salvou seu povo do terrível pássaro das Iyá-Mi.

Outras histórias relacionadas com Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis.

Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim (Òsanyìn), com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro e senhor de todas as folhas, mas teve que se sujeitar aos encantamentos de Ossaim.

A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou orixá.

Tal como Xangô, Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.

Características : Geralmente, a filha desse santo chama a atenção dos homens pelo corpo bonito, com seios, pernas, coxas e quadris fartos. Mas por trás dessa aparência feminina esconde-se uma verdadeira guerreira, disposta a tudo para agarrar o homem de sua vida. É aquela que sustenta qualquer problema de seu companheiro,que está sempre a seu lado e não o deixa cair. Apesar de ter atitudes firmes, que indicam grande auto-suficiência, ela vive à procura de sua outra metade e entrega-se totalmente quando ama. Por isso, exige do homem a mesma coisa e sofre demais por ciúme. Para ela, o companheiro ideal deve ser forte, inteligente e dominador nos assuntos sexuais. Em troca, ela “esquentará” o mais frio dos mortais.
O filho de Oxóssi tem muito medo de ser rejeitado pela pessoa na qual está interessado e então espreita bem o seu alvo antes de atirar sua flecha. Não é difícil identificá-lo. Tem aparência tímida e, num grupo, é sempre aquele que ouve muito antes de expressar suas opiniões. Age assim também nos assuntos do coração. Cuidadoso, vai demorar a se declarar, mas, quando o fizer, a mulher se surpreenderá porque encontrará nele um homem expansivo, disposto a cercá-la com tudo o que estiver ao alcance de suas posse.

Sicretismo: São Sebastião
Dia da Semana: Quinta-feira
Cores: Verde, azul e escarlate; azul-turqueza e azul com dourado.

Domínios: Matas, fotosíntese, caça, alimento e sustento.

Saudações: Ode, òkè àró
Símbolos: Suas insígnias são o OFÁ (arco e a flecha de metal, conjugados), e o IRUKERÉ (espanta-mosca – símbolo dos Reis na África e afugentador e dominador de Égúns); e os Oge – Chifres de touro – chamados Olugboohun (o Senhor escuta minha voz), que é um poderoso meio de comunicação entre o Aiyé e Orún.

os olhos de quem ve

Um dia, um pai de família rica, grande empresário, levou seu filho para viajar até um lugarejo com o firme propósito de mostrar o quanto as
pessoas podem ser pobres.

O objetivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía, o status, o prestígio social; o pai queria desde
cedo passar esses valores para seu herdeiro.

Eles ficaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo...

Quando retornavam da viagem, o pai perguntou ao filho:

- E aí, filhão, como foi a viagem para você?

- Muito boa, papai.

- Você viu a diferença entre viver com riqueza e viver na pobreza?

- Sim pai! Retrucou o filho, pensativamente.

- E o que você aprendeu, com tudo o que viu naquele lugar tão paupérrimo?

O menino respondeu:

- É pai, eu vi que nós temos só um cachorro em casa, e eles têm quatro.

Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim, eles têm um riacho que não tem fim.

Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas fluorescentes e eles têm as estrelas e a lua no céu.

Nosso quintal vai até o portão de entrada e eles têm uma floresta inteirinha.

Nós temos alguns canários em uma gaiola eles têm todas as aves que a natureza pode oferecer-lhes, soltas!

O filho suspirou e continuou:

- E além do mais papai, observei que eles oram antes de qualquer refeição, enquanto que nós em casa, sentamos à mesa falando de negócios,
dólar, eventos sociais, daí comemos, empurramos o prato e pronto!

No quarto onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha, pois não sabia sequer orar, enquanto que ele se ajoelhou e agradeceu a Deus por tudo,
inclusive a nossa visita na casa deles. Lá em casa, vamos para o quarto, deitamos, assistimos televisão e dormimos.

Outra coisa, papai, dormi na rede do Tonho, enquanto que ele dormiu no chão, pois não havia uma rede para cada um de nós.

Na nossa casa colocamos a Maristela, nossa empregada, para dormir naquele quarto onde guardamos entulhos, sem nenhum conforto, apesar de termos camas macias e cheirosas sobrando.

Conforme o garoto falava, seu pai ficava estupefado, sem graça e envergonhado.

O filho na sua sábia ingenuidade e no seu brilhante desabafo, levantou-se, abraçou o pai e ainda acrescentou:

- Obrigado papai, por me haver mostrado o quanto nós somos pobres!


MORAL DA HISTÓRIA:

Não é o que você tem, onde está ou o que faz, que irá determinar a sua felicidade; mas o que você pensa sobre isto! Tudo o que você tem, depende da maneira como você olha, da maneira como você valoriza. Se você tem amor e sobrevive nesta vida com dignidade, tem atitudes positivas e partilha com benevolência suas coisas, então... Você tem tudo!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Somos ou estamos umbandistas? Somos ou estamos?

Somos ou estamos umbandistas?
Somos ou estamos?

Amigos
Em algum momento de suas caminhadas vocês já se perguntaram se são ou
Estão umbandistas?
Ser umbandista e não ter vergonha de dizer que é
Umbandista. Estar umbandista é fugir do assunto quando perguntado.
Ser
Umbandista
É ir para o terreiro pensando em ajudar a melhorar um pouco
O mundo e
Conseqüentemente receber a sua parte nesta melhora. Estar
Umbandista
É simplesmente ir ao terreiro para resolver a sua vida.
Ser
Umbandista
É não ter vergonha de limpar cinzeiros, varrer o chão,
Acender
Cachimbo, enfim é não ter vergonha de servir. Estar umbandista
É
Fugir dos trabalhos mais humildes, achando que sua capacidade esta
Acima
Deles.
Ser umbandista é estar presente no terreiro pronto a
“receber”
Qualquer entidade que esteja sujeita ou que necessite de vir,
Mesmo
Sendo um irmão sofredor, praticando assim a verdadeira caridade.
Estar
Umbandista é se preocupar com que entidade vai “receber” e ficar
Torcendo
Para que seja uma bem famosa.
Ser umbandista é não se
Preocupar
Com o tempo em que vai ficar no terreiro até que a ultima
Pessoa que
Precisam sejam atendidos. Estar umbandista preocupar-se com
A demora
Uma vez que tenha um outro compromisso.
Ser umbandista é agradecer
Aos guias e aos orixás por sua vida. Estar umbandista é barganhar com
Eles por favores mesquinhos.
Enfim
Ser umbandista é amar a umbanda
E assumi lá como uma religião, falando
De suas virtudes, sem fechar
Os olhos para seus problemas. Estar
Umbandista é gostar da umbanda
Enquanto ela servir.
E ai somos ou estamos umbandista?

ogum

Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. É sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após ter sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.
É orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, batalha, briga. É filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro, na verdade foi Ogum quem deu as armas de caça à Oxossi. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Ogum. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude.
A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro. Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.
Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.
Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.
Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.
Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.
É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.
É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas .
É o dono do Obé (faca) por isso nas oferendas rituais vem logo após Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos (Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção).
Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exú. Se Exú é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais.
Uma frase muito dita no Candomblé, e que agrada muito Ogum, é a seguinte: “Bi omodé bá da ilè, Kí o má se da Ògún”. (Uma pessoa pode trair tudo na Terra Só não deve trair Ogum).
Ogum foi casado com IANSÃ que o abandonou para seguir XANGÔ. Casou-se também com OXUM, mas vive só, batalhando pelas estradas e abrindo caminhos.


CARACTERÍSTICAS :
Cores predominantes de ogum nas guias :
Azul marinho ou verde (candomblé; Ketu, Angola e Jeje),
Na Umbanda do Rio Grande do Sul verde, vermelho e branca
Ogum Megê verde, vemelho, branca e preta
Ogum Beira-mar verde, vermelha, branca e azul claro

Ervas :

Peregum(verde), São Gonçalinho, Quitoco, Mariô, Lança de Ogum, Coroa de Ogum, Espada de Ogum, Canela de Macaco, Erva Grossa, Parietária, Nutamba, Alfavaquinha, Bredo, Cipó Chumbo.(Em algumas casas: Aroeira, Pata de Vaca, Carqueja, Losna, Comigo Ninguém Pode, Folhas de Romã, Flecha de Ogum, Cinco Folhas, Macaé, Folhas de Jurubeba)


Símbolo
Espada. (Também, em algumas casas: ferramentas, ferradura, lança e escudo)


Pontos da Natureza
Estradas e Caminhos (Estradas de Ferro). O Meio da encruzilhada pertence a Ogum.


Flores
Crista de Galo, cravos e palmas vermelhas.


Essências
Violeta


Pedras
Granada, Rubi, Sardio. (Em algumas casas: Lápis-Lazúli, Topázio Azul)


Metal
Ferro (Aço e Manganês).


Saúde
Coração e Glândulas Endócrinas


Planeta
Marte

Dia da Semana
Quinta Feira.

Elemento
Fogo


Chakra
Umbilical


Saudação
Ogum Iê


Bebida
Cerveja Branca


Animais
Cachorro, galo vermelho


Comidas
Costela (com 7 costelas)Feijoada,Laranjas,Melancia,Pêra,Goiaba Vermelha,Ameixa Preta.Uvas,Abacaxi.


Numero
2

Data Comemorativa
23 de Abril


Sincretismo
São Jorge.

Incompatibilidades:
Quiabo


Qualidades
Tisalê, Xoroquê, Ogunjá, Onirê, Alagbede, Omini, Wari, Erotondo, Akoro Onigbe.


Atribuições

Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não se permitem uma conduta alternativa.
Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.
Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.





As Características Dos Filhos De Ogum

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.
Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.
São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.
As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.
Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.
A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.
Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.

É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.
Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.


Desdobramentos Principais de Ogum

Ø Ogum Megê – vermelho, branco e preto e as vezes o verde também (trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena - cemitério).

Ø Ogum Rompe Mato – Vermelho e verde (trabalha em harmonia completa com Oxoce, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxoce)







Ø Ogum Beira-Mar – Coral ou verde,vermelha,branca e azul claro (trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá)




Ø Ogum Iara – azul claro e vermelho (trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum) .


Ø Ogum de Lei – vinho e branco (trabalha com as Almas em harmonia com Xangô, Omulu, Oxum e Ogum Iara)

OBS.: Os demais Oguns encontrados mais raramente dentro dos terreiros de Umbanda, são desdobramentos destes principais Chefes de Linha, exemplo: Ogum 7 Ondas (desdobramento de Ogum Beira-Mar).