ba

widgeo.net

terça-feira, 22 de março de 2011

Yansan e o Búfalo


Ogum foi um dia caçar na floresta. Ele ficou na espreita e viu um búfalo vindo em sua direção. Ogum avaliou logo à distância que os separava e preparou-se para matar o animal com a sua espada. Mas viu o búfalo parar e, de repente, baixar a cabeça e despir-se de sua pele. Desta pele saiu uma linda mulher. Era Yansan, vestida com elegância, coberta com panos, um turbante luxuoso amarrado à cabeça e ornada de colares e braceletes.


Yansan enrolou sua pele e seus chifres, fez uma trouxa e escondeu num formigueiro.

Partiu, em seguida, num passo leve, em direção ao mercado da cidade, sem desconfiar que Ogum tinha visto tudo. Assim que Yansan partiu, Ogum apoderou-se da trouxa, foi para casa, guardou-a no celeiro de milho e seguiu, também, para o mercado.

Lá, ele encontrou a bela mulher e a cortejou. Yansan era bela, muito bela, era a mais bela mulher do mundo. Sua beleza era tal que se um homem a visse, logo a desejaria.

Ogum foi subjugado e pediu-a em casamento. Yansan apenas sorriu e recusou sem apelo.

Ogum insistiu e disse-lhe que a esperaria. Ele não duvidava de que ela aceitasse sua proposta. Yansan voltou à floresta e não encontrou seu chifre nem sua pele.

Ah! Que contrariedade! Que teria se passado? Que fazer? Yansan voltou ao mercado, já vazio, e viu Ogum que a esperava. Ela perguntou-lhe o que ele havia feito daquilo que ela deixara no formigueiro. Ogum fingiu inocência e declarou que nada tinha a ver, nem com o formigueiro nem com o que estava nele. Yansan não se deixou enganar e disse-lhe: Eu sei que escondeu minha pele e meu chifre. Eu sei que você se negará a me revelar o esconderijo. Ogum, vou me casar com você e viver em sua casa. Mas, existem certas regras de conduta para comigo.

Estas regras devem ser respeitadas, também, pelas pessoas da sua casa. Ninguém poderá me dizer: Você é um animal! Ninguém poderá utilizar cascas de dendê para fazer fogo.

Ninguém poderá rolar um pilão pelo chão da casa Ogum respondeu que havia compreendido e levou Iansã. Chegando em casa, Ogum reuniu suas outras mulheres e explicou-lhes como deveriam comportar-se. Ficara claro para todos que ninguém deveria discutir com Iansã, nem insultá-la.

A vida organizou-se. Ogum saía para caçar ou cultivar o campo.

Yansan, em vão, procurava sua pele e seus chifres. Ela deu à luz uma criança, depois uma segunda e uma terceira Ela deu à luz a nove crianças.

Mas as mulheres viviam enciumadas da beleza de Yansan. Cada vez mais enciumadas e hostis, elas decidiram desvendar o mistério da origem de Yansan. Uma delas conseguiu embriagar Ogum com vinho de palma. Ogum não pôde mais controlar suas palavras e revelou o segredo. Contou que Yansan era, na realidade, um animal;

Que sua pele e seus chifres estavam escondidos no celeiro de milho.

Ogum recomendou-lhes ainda: Sobretudo não procurem vê-los, pois isto a amedrontará.

Não lhes digam jamais que é um animal! Depois disso, logo que Ogum saía para o campo, as mulheres insultavam Iansã: Você é um animal! Você é um animal!!

Elas cantavam enquanto faziam os trabalhos da casa: Coma e beba, pode exibir-se, mas sua pele está no celeiro de milho! Um dia, todas as mulheres saíram para o mercado.

Yansan aproveitou-se e correu para o celeiro. Abriu a porta e, bem no fundo, sob grandes espigas de milho, encontrou sua pele e seus chifres.

Ela os vestiu novamente e se sacudiu com energia. Cada parte do seu corpo retomou exatamente seu lugar dentro da pele. Logo que as mulheres chegaram do mercado, ela saiu bufando. Foi um tremendo massacre, pelo qual passaram todas. Com grandes chifradas Yansan rasgou-lhes a barriga, pisou sobre os corpos e rodou-os no ar.

Ela poupou seus filhos que a seguiam chorando e dizendo: Nossa mãe, nossa mãe! É você mesma?

Nossa mãe, nossa mãe! Que você vai fazer?

Nossa mãe, nossa mãe! Que será de nós?

O búfalo os consolou, roçando seu corpo carinhosamente no deles e dizendo-lhes:

Eu vou voltar para a floresta; lá não é bom lugar para vocês.

Mas, vou lhes deixar uma lembrança.

Retirou seus chifres, entregou-lhes e continuou:

Quando qualquer perigo lhes ameaçar, quando vocês precisarem dos meus conselhos, esfreguem estes chifres um no outro. Em qualquer lugar que vocês estiverem, em qualquer lugar que eu estiver, escutarei suas queixas e virei socorre-los. Eis por que dois chifres de búfalo estão sempre no altar de Yansan

domingo, 20 de março de 2011

ze pilintra


Sou guia, sou corrente, egrégora e proteção. Sou chapéu, sou terno, gravata e anel. Sou sertão, sertanejo, carioca, paulista, alagoano e Brasileiro. Sou Mestre, Malandro, Baiano, Catimbozeiro, Exu e Povo de Rua. Sou faca, facão e navalha. Sou armada, cabeçada e rasteira. Sou Lua cheia, sou noite clara, sou céu aberto.
Sou o suspiro dos oprimidos, sou a fé dos abandonados. Sou o pano que cobre o mendigo, sou o mulato que sobe o morro e o Doutor que desce a favela.
Sou Umbanda, Catimbó e Candomblé. Sou porta aberta e jogo fechado. Sou Angola e sou Regional.
Sou cachimbo, sou piteira, cigarro de palha e fumo de corda. Sou charuto, sou tabaco, sou fumo de ponta, sou brasa nos corações dos esquecidos.
Sou jogo de rua, sou baralho, sou dado e dominó. Sou cachetinha, sou palitinho, sou aposta rápida. Sou truco, sou buraco e carteado.
Sou proteção ao desamparado, sou o corte da demanda e a cura da doença.
Sou a porta do terreiro, sou gira aberta e gira cantada.
Sou ladainha, sou hino, sou ponto, sou samba e dou bamba.
Sou reza forte, sou benzimento, sou passe e transporte.
Sou gingado, sou bailado, sou lenço, sou cravo vermelho e sou rosas brancas.
Sou roda, sou jogo, sou fogo. Sou descarrego, sou pólvora, sou cachaça e sou Jurema.
Sou lágrima, sou sorriso, sou alegria e esperança.
Sou amigo, parceiro e companheiro.
Sou Magia, sou Feitiço, sou Kimbanda e sou demanda.
Sou irmão, sou filho, sou pai, amante e marido. Sou Maria Navalha, Sou Zé Pretinho, sou Tijuco Preto e sou Camisa Preta.
Sou sobrevivência, sou flexibilidade, sou jeito, oportunidade e sabedoria.
Sou escola, sou estudo sou pesquisa e poesia.
Sou o desconhecido, sou o homem de história duvidosa, mas sou a história de muitos homens.
Sou a vida a ser vivida, sou palma a ser batida, sou o verdadeiro jogo da vida:

Eu Sou Zé Pilintra!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mensagem ao Japão


Hoje venho falar a respeito dos acontecimentos no Japão esta terra abençoada por grandes mestres ,o Japão passa por uma regeneração neste momento que é necessaria e urgente para o seu povo ,os irmãos japoneses passam por um resgate carmico, um ajuste cosmico ,pedimos que orem por todos ,sintonizem-se a terra niponica,para que os nosso irmãos passem por este ajuste da melhor maneira possivel ,a ajuda é necessaria ,e todos aqueles que puderem entrar em sintonia será de grande valia,seja com orações ,com preces,com vibrações de amor e harmonia,lembre-se que estamos todos conectados e o planeta é uma rede interligada a todos os seres que habitam este orbe,assim sendo a sua vibração de amor é mais um ponto de luz que brilhará.O tempo urge e não há mais tempo para comportamentos mesquinhos e egoistas,somos todos irmão unidos ao Pai maior,por favor lembrem-se do amor cosmico universal,amen-se como irmãos ,não neguem o socorro ao irmão que lhe pede,este socorro não é so o material as vezes uma palavra,um abraço,um olhar ,um sorriso,é de grande ajuda a quem esta necessitado,dedique um minuto de sua vida para entrar em sintonia com este amor universal e se todos assim o fizerem ,este um minuto,se transformara em horas dias meses e anos,emanem vibrações de amor a todos os nossos irmão japoneses, que passam por este momento de expiação,então expanda este amor ao planeta,e a todos o seres,e a todos os reinos ,mineral ,vegetal,animal.Por favor parem de pensamentos danosos e egoistas,que prejudicam o corpo e o espirito, você é o proprio prejudicado por pensar e agir assim,quando pensar em prejudicar um irmão,converta este pensamento em amor,quando for atrapalhar um irmão pense em amor,quando pensar em trair ao pai maior,pense em amor,faça isso como um exercicio diario e verá que com o tempo isto se tornará rotineiro em sua vida.Irmãos amados,fiquem na Paz e Harmonia do Pai celeste e vibrem vibrem o amor,em suas almas em seus corações em seus espiritos e vera que nada é em vão,este é o meu maior desejo.

Paz e luz

Um amigo de decadas.

domingo, 6 de março de 2011

Cuidado com o Carnaval

O Carnaval é uma festa de conotação religiosa no mundo inteiro. popularizado pelo cristianismo, é o começo do período da quaresma. A explicação Cristão todos conhecem, então, vamos ver como vemos a celebração dentro da Umbanda.

Segundo a mitologia cristão, o carnaval é a "festa da carne" ou seja, uma data onde os fiéis devem aproveitar, pois logo em seguida começa a quaresma. Durante os próximos quarenta dias, são preparadas as festividades da paixão de Cristo, que culminam na morte e ressurreição do Mestre.

No caso das religiões afro, o carnaval acontece após a sétima lunação após as festividades para Nanã Buruque (dia 26 de julho). É o período mais negativo que atua sobre os seres encarnados na terra.

Durante o período que corresponde ao ano terrestre, os erros cometidos pelos homens, seja consciente ou inconscientemente, são débitos jogados contra as boas ações e atitudes. Se, no final houver um saldo negativo, essa dívida vai ser cobrada no carnaval.

A cobrança é feita diretamente pela linha dos Exus, orixá responsável pelo cumprimento e manutenção da Lei Maior. Até mesmo dentro da Umbanda e das religiões afro a grande maioria dos filhos de fé tem uma visão errada sobre os ditos Exus, Barás ou Povo de Rua.

Exu é o guardião dos astral inferior. Sob sua jurisdição, os espíritos que se afinam com as baixas vibrações do Umbral, devedores da Lei Maior, são impedidos de sair destas regiões pelo trabalho dos Exus, que não trabalham nem para o bem nem para o mal, mas sim unicamente sob o conceito de justiça: quem tem débitos, deve saldá-los, quem tem créditos, deve recebê-los.

Muitos acreditam que o Povo de Rua trabalhe por "ebós" (oferendas), prejudicando qualquer pessoa ao bel-prazer de qualquer um. Não é assim que funciona. Existem espíritos, ainda longe da Luz do Pai, que pedem oferendas em cruzamentos, esquinas ou até mesmo nos na kalunga pequena (cemitérios). Essas almas não são Exus, mas sim, apenas eguns ou "rabos de galo" que se aproveitam da credulidade dos fiéis para conseguir realizar sua maldade.

Os exus não interferem nesse processo (a menos que aja uma ordem superior), deixando que homens e mulheres usem trabalhos de baixa magia em seu nome para prejudicar outras pessoas. Eles sabem que todo ano tem carnaval e vai ser nessa época que a cobrança se faz mais forte.

Durante a terça-feira gorda, dia do carnaval, os Exus têm a liberdade para sair cobrando os débitos de todos os seres humanos. Para evitar maiores problemas, os seres espirituais da mais diversas linhas de pensamento sugerem os fiéis que evitem os excessos durante as festas de carnaval: no caso dos filhos de Umbanda, devem-se abster do uso de fantasias, máscaras, excessos de comida, bebida e sexualidade e, principalmente, de usar apetrechos ou motivos religiosos para festejar.

Um adendo: não existe proibição alguma de praticar qualquer ato durante o carnaval ou outro período do ano. O Plano Astral não proíbe nada, pois isso irira contra o livre-arbítrio de cada um. Existe, sim, um aviso para que as pessoas saibam o que estão fazendo.

O ano terrestre tem dois grandes períodos, um negativo e outro positico. O carnaval dá início ao período negativo, que vai até a metade do ano, quando Nanã dá o chute inicial para o começo da elevação vibracional do planeta, que culmina com o Natal, seu ponto máximo.

Quem segue esta coluna já deve saber que, por negatividade, não dizemos algo ruim, mal ou danoso. O período negativo é de uma maior introspecção, direcionado para o adormecer da natureza (que se acentua com o final do verão e início do outono) para que a Terra possa estar preparada para um novo ciclo que se inicia.